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como a produção, é social. Uma certa parte da produção líquida de cada
indústria é transferida para as instituições financeiras centrais, que têm
assim um controle unificado sobre todos os recursos disponíveis à expansão.
No plano da U.R.S.S. não há lugar para dividendos, tão familiares a
sociedade capitalista. Na União Soviética é o próprio
Estado que recebe os lucros da atividade econômica e dirige esses fundos aos
canais onde, segundo o plano, serão mais úteis.
"Parte do desenvolvimento de cada indústria é automática, determinada pela
proporção de lucros conservados em cada indústria; mas o restante dos
lucros obtidos em cada indústria é mobilizado e pode ser empregado (junto
com outros fundos acumulados centralmente) para o desenvolvimento de
todo o sistema de produção e distribuição, dirigido conscientemente. Esse
controle do desenvolvimento econômico é um dos aspectos mais importantes
da organização do planejamento central."
Há, decerto, uma pequena soma de poupança individual, mas como a maioria
dela vem dos lucros, e não há lucro no sentido individual, a poupança na
U.R.S.S. é função da comunidade, e não uma "gravata capitalista".
Essa foi uma fonte de acumulação de capital. Outra importante forma de
dinheiro necessário às empresas industriais foi o comércio exterior.
Os automóveis, tratores, locomotivas e máquinas de fazer máquinas, tão
necessários para a Rússia se tornar auto-suficiente, podiam ser obtidos no
exterior pela troca com o trigo, petróleo, minérios, madeiras e peles russas.
A industrialização intensiva não significava que a Rússia deixasse de plantar
trigo ou de pesquisar a terra em busca de petróleo e minérios, ou de derrubar
madeira ou caçar animais de peles. Pelo contrário, essas atividades se
ampliaram, com melhoramentos em grande escala. Os ineficientes métodos
do século XIX foram substituídos pelas modernas técnicas do século XX. A
mecanização e os processos científicos introduzidos na indústria, o foram
também na agricultura e mineração. Em toda' a linha dedicou-se energia ao
aumento da produção. Foi pela exportação dos produtos "naturais" da Rússia
que a importação das necessidades industriais se tornou possível.
Isso quer dizer que o comércio externo tinha de ser controlado e enquadrado
no plano geral. E foi.
A Gosplan decidiu o que devia entrar na U.R.S.S. procedente de outros
países, e o que dela sairia para esses países. Se as fazendas coletivas
comprassem máquinas agrícolas dos Estados Unidos, se a indústria elétrica
conseguisse seu equipamento da
Alemanha, se as tecelagens de algodão comprassem máquinas na Inglaterra,
então tudo ficaria de pernas para o ar. A Gosplan tinha um plano de
produção, e o comércio externo era parte integral desse plano. Não poderia
ficar a cargo de grupos individuais, cada qual comprando o que precisasse e
vendendo o que pudesse, sem levar em conta as necessidades da economia
nacional. Portanto, tal como o controle dos bancos, ferrovias e meios de
produção em geral estão compreendidos pelo plano, também o Estado
monopoliza o comércio exterior.
Ë interessante que Babeuf, em seus planos de um Estado comunista,
formulados mia época da Revolução Francesa, viu a necessidade do
monopólio estatal do comércio externo: "Todo o comércio particular com
países estrangeiros é proibido; as mercadorias que entrarem dessa forma no
país serão confiscadas em benefício da comunidade nacional A república
adquirirá para a comunidade nacional os objetos de que necessita trocando
seus produtos excedentes pelos de outras nações."
No entanto, mesmo tendo o monopólio do comércio externo como parte
fundamental de sua economia socialista planificada, o governo da U. R .S .S.
não determina totalmente o tipo e o volume de suas importações e
exportações. Nem poderá, enquanto A tiver negócios com países de sistemas
econômicos não-planificados.
Os russos podem controlar o que acontece em seu mundo, mas não podem
controlar o que ocorre no resto do mundo. Isso se evidenciou durante o
primeiro plano qüinqüenal.
A Gosplan decidira comprar certas máquinas no exterior. Encomendou-as
aos preços do momento, e separou parte da produção interna de exportação
para pagamento dessas máquinas.
Muito bem. Assinaram os contratos do que queriam e previram os meios de
pagamento. Tudo parecia em ordem.
Mas enquanto os contratos se estavam processando, ocorreu a crise de 1929
nos países capitalistas. Isso significou que os preços dos produtos exportados
pela Rússia caíram catastroficamente. Suponhamos que a Gosplan tivesse
contratado pagar $10 milhões pelas máquinas encomendadas; suponhamos
ainda que a Gosplan tivesse resolvido exportar em troca
Ora, devido à crise, o trigo cai para 50 centavos, os consumidores deixam de
comprar peles, a menos que sejam praticamente de graça, e o petróleo desce
a preços nunca ouvidos.
Que devia fazer o governo soviético? Precisava das máquinas, e de pagá-las
com suas exportações. (Mesmo que não tivesse havido contrato aos preços
altos antigos, não obstante, os preços industriais não caem com a mesma
rapidez dos produtos que a Rússia vendia.) Tinha de exportar duas vezes
mais do que previra. Tinha de dizer ao povo russo: "É preciso apertar o cinto
ainda mais. Os capitalistas fizeram tamanha trapalhada que os preços
mundiais caíram muito, e só nos pagarão pelo trigo metade do que pagavam
antes. Por isso, temos de exportar o dobro para atender às nossas
necessidades.
Foi isso, mais ou menos, o que aconteceu. A União Soviética, tendo
planificado acabar com as crises em seu próprio território, não obstante
sofreu os efeitos da crise nos países capitalistas. A crise fora da Rússia foi
um fator externo que influiu no desequilíbrio do plano.
Muito mais importantes são as perturbações que podem ser causadas pelos
fatores internos - alguns controláveis, e outros não. Como a planificação de
todas as atividades econômicas significa que cada parte está engrenada
noutra, a falta de um dente numa engrenagem necessariamente afeta outra.
Suponhamos que uma praga destrua a maior parte das plantações de
algodão. Isso tem repercussões imediatas nas indústrias têxteis. Afetará o
comércio externo se o plano previu a exportação do algodão; afetará as
relações entre salários e preços se não houver no mercado o volume de
algodão previsto. Os economistas soviéticos aprenderam pela experiência
que "em conseqüência da íntima ligação entre todos os elementos da
economia nacional, a ruptura de uma linha ou o atraso de um setor do plano
atinge vários outros setores, por melhor que estes estejam funcionando.
Todo desvio sério do plano num ponto exige medidas coordenadas cm outro
ponto.
Há o perigo, e o remédio. Os planificadores devem ter uma reserva com a
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